As possíveis explicações para a diferença de qualidade de ensino entre as entidades públicas e privadas são várias, pois o problema é complexo.
As neurosciências têm mostrado que cerca de 15% da população de crianças e jovens em idade escolar é portadora de distúrbios de aprendizagem e comportamento, que comprometem seu desenvolvimento escolar, e que em muitos casos termina coma evasão escolar. Esta evasão, por sua vez, pode se complicar com a marginalização do indivíduo.
Apesar desses dados, em nenhum debate sobre a diferença entre Escola Pública e Privada, se coloca em discussão, que os problemas de origem biológica juntamente com as condições amientais adversas, são responsáveis por parte do insucesso do ensino público.
Os distúrbios neurais associados aos distúrbios de aprendizagem e aprendizagem têm, na sua origem, uma relação com alterações de gens que controlam vários moduladores da atividade cerebral. Um ambiente adverso exacerba o problema.
Essas condições podem estabelecer um ciclo vicioso. Pais portadores de alterações gênicas associadas aos distúrbios de aprendizagem e comportamento podem falar na escola e consequentemente estarão mais sujeitos ao desemprego, subemprego, e outras condições adversas de vida. A nova geração agora terá seus problemas agravados, pois à herança gênica junta-se condições vida estressante e uma família desestruturada. A possibilidade de insucesso aumenta, o ciclo se repetirá.
Em geral, o professor e os gestores do ensino têm muito pouca ou nenhuma informação sobre essa problemática e de como identificar, incluir e apoiar o portador de dificuldades de aprendizagem e comportamento. O resultado é a estigmatização dessas crianças e jovens, que em muitos casos facilita a evasão escolar de um indivíduo que já não consegue obter obter sucesso em suas tarefas escolares.