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A unidade móvel é
instalada ao lado do aluno que está sentado diante do computador.
Enquanto ele tenta desempenhar as atividades propostas pelo software
educacional, eletrodos presos em sua cabeça e ligados a outro
computador transmitem os impulsos nervosos |
Sistema em ação: testado
com 200 alunos da Apae de Jundiaí |
educacional na
Internet destinada aos usuários do ENSCER, a sede da Eina fica num
lugar bucólico. As dependências da empresa ocupam duas pequenas
construções vizinhas à casa de Rocha, dentro do sítio onde mora o
professor, a sete quilômetros do centro de Jundiaí. O ambiente na
Eina é |
necessários para
a geração de um MCC, sigla para Mapeamento Cognitivo Cerebral. O MCC
nada mais é do que uma série de eletroencefalogramas, que
radiografam o funcionamento do cérebro nas várias etapas de execução
de uma ou mais tarefas. Em média, são necessários 40 minutos para a
produção de um MCC. De acordo com a idade, desenvolvimento social e
cultural do aluno, Rocha tem, antes mesmo de aplicar o exame, uma
noção bastante precisa de quais regiões do |
cérebro devem ser
requisitadas em cada momento da tentativa de execução de uma
tarefa. De posse dos resultados de cada aluno, o médico compara com
o desempenho de grupos de crianças sem disfunções neurológicas.
Dessa forma, ele verifica o que há de errado no cérebro do
deficiente. Ambiente familiar - Com 22 funcionários, entre
contratados e bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), que também patrocina o
desenvolvimento de uma página |
familiar e
simples. Enquanto os funcionários trabalham, vacas e bois pastam num
canto da propriedade, os cachorros da família de Rocha dormem ou
brincam no quintal e, sorrateiramente, um esquilo ou outro animal
qualquer sobe e se aninha numa árvore. Na hora do almoço,
todo mundo senta numa mesa comunitária e consome refeições
preparadas por um restaurante da região, quase sempre reforçadas com
itens produzidos no próprio sítio, como um pêssego ou um
mamão. |
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Novos
caminhos do cérebro |
ele nunca conseguiria aprender a ler
e escrever por causa
dessa |
Os eletroencefalogramas em tempo
real realizados com os alunos da Apae de Jundiaí
produziram alguns resultados surpreendentes. Eles
mostraram que certas crianças com lesões estruturais
tinham conseguido realocar as funções originalmente
controladas pelas áreas nervosas danificadas para
regiões sadias do cérebro. Essa versatilidade do sistema
elétrico cerebral gerou casos de grande interesse para
os pesquisadores de neurofisiologia. Os exames
revelaram, por exemplo, que o cérebro de uma criança
havia transferido o controle da produção e compreensão
da linguagem de zonas do hemisfério esquerdo (que
estavam mortas) para áreas normais do hemisfério
direito. Ou seja, de forma espontânea e |
ainda pouco conhecida pela ciência,
esse cérebro redistribuiu suas funções entre as áreas
ativas de seu sistema. O resultado prático desse
rearranjo foi permitir, por exemplo, que um aluno, a
despeito da lesão, conseguisse aprender a falar (ainda
que tardiamente, aos 5 anos), ler e escrever. Em
outras situações, o diagnóstico fornecido pelo
eletroencefalograma serviu de base para alterar
totalmente o método pedagógico que estava sendo
empregado com uma criança da Apae.
O médico
Armando Freitas da Rocha lembra da história de um menino
que tinha uma lesão na área do cérebro responsável por
sua coordenação motora. As professoras pensavam
que |
restrição neuronal. Mas, depois que
o menino brincou e fez os testes do ENSCER, o
neurofisiologista percebeu que ele dominava o raciocínio
necessário para ser alfabetizado e fazer frases. Seu
problema era estritamente de coordenação motora: ele não
tinha habilidade suficiente para segurar um lápis ou
caneta e desenhar letras. Como essa limitação foi
contornada? “Passamos a alfabetizar o aluno num
computador. Afinal, ele não sabia desenhar as letras,
mas tinha desenvoltura para usar as teclas do micro”,
conta Rocha. “O deficiente tem a capacidade de
aprender.
Ocorre que ele precisa de mais
atenção, tempo e recursos do que uma criança sem
problemas.” | | | |
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