empresta a voz
nas mensagens sonoras presentes no software ENSCER, e seus dois
filhos, o veterinário André Theoto Rocha e o engenheiro agrônomo
Marcelo Theoto Rocha, fazem pesquisas em suas respectivas áreas de
atuação utilizando conceitos de inteligência natural e
artificial.
Mercado amplo - A Eina tem planos
ambiciosos para seu software educacional. A empresa espera vender
mensalmente entre 50 e 100 unidades do CD-ROM. Rocha acredita que o
produto possa interessar a três faixas de público: escolas em geral
(para alunos sem problemas neurológicos ou voltadas para crianças
com variados graus de deficiência); profissionais das áreas de
ensino ou de fonoaudiologia; pais de alunos (que também se
utilizariam da página na Internet do ENSCER para orientá-los no uso
do CD).
O preço do programa varia de R$ 140 a R$ 700,
de acordo com o perfil do comprador (pessoa física ou jurídica) e o
número de cópias ou licenças de uso do software adquiridas. Além do
programa para computador, a empresa também vende dois livros que
foram especialmente escritos pelo médico no âmbito do projeto
ENSCER, O Cérebro |
– Um Breve Relato
de sua Função e O Cérebro na Escola. O neurofisiologista aposta
que o CD-ROM e os livros farão sucesso, mas não descuida das demais
áreas de atuação da Eina. A venda de serviços de assessoria a
instituições de perfis variados é uma das prioridades da empresa. Em
sua lista de clientes, há uma companhia estatal – a Petrobras, para
a qual a Eina desenvolve softwares e aplicativos que se utilizam do
conceito de Inteligência Artificial – e alguns estabelecimentos de
ensino, entre os quais a Universidade Cidade de São Paulo (Unicid).
Nessa universidade privada, Rocha coordena o Núcleo de Estudos da
Aprendizagem e Cognição, no qual os jogos educacionais do sistema
ENSCER são utilizados para estimular
o aprendizado de crianças portadoras de deficiência visual, auditiva
e
|
tanto
competitivo. Os produtos da pequena Eina, por exemplo, terão de
disputar clientes com softwares comercializados pela divisão de
informática do Grupo Positivo, de Curitiba, um gigante da área
educacional que possui convênios com mais de 1.800 escolas no país.
Rocha, no entanto, não sente saudades da época em que era apenas
professor e pesquisador. “Montei uma estrutura comercial que, além
de prestar serviços e desenvolver produtos, faz pesquisa. O que fiz
em três anos (na Eina) não realizei em 27 de universidade”, avalia o
neurofisiologista. No ano passado, o faturamento de sua empresa
ficou na casa dos R$ 170 mil, provenientes sobretudo da venda de
serviços para terceiros, visto que o software educacional ainda não
tinha sido lançado. “Por ora, a Eina está empatando. Não dá lucro
nem prejuízo. Esperamos faturar entre R$ 250 mil e R$ 300 mil em
2001.” Embora tenha a possibilidade de curtir uma
aposentadoria tranqüila em seu sítio, Rocha vive um momento de
agitação, descobrindo os prazeres e as agruras do mundo empresarial.
Mas, com isso, ele não deixa de colaborar com a ciência e
proporcionar uma vida melhor para deficientes mentais e crianças em
idade escolar. |