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"O Cérebro na Escola"

Capítulo XII - Identificando a Capacidade Cognitiva - O que investigar?

A correta identificação da capacidade cognitiva da criança é um fator muito importante para o sucesso de qualquer programa de ensino. É sempre possível que dificuldades ou deficiências de aprendizagem que inicialmente parecem globais, sejam decorrência de problemas específicos, que quando identificados e compreendidos, podem orientar estratégias mais eficientes do aprendizado da criança.

O ENSCER disponibiliza um conjunto de atividades para análise da capacidade cognitiva da criança, que estão organizadas em 3 grandes projetos:

Desenvolvimento Funcional: que explora fundamentalmente as capacidades cognitivas visuais e suas relações com a linguagem. Uma ênfase especial é dada à análise da capacidade de rotação mental de objetos, esquemas corporais, letras e números, uma vez que esse tipo de processamento cerebral fornece dados importantes sobre a funcionalidade de circuitos neurais que envolvem lobos frontais e parietais, e que amadurecem na primeira infância. Outra atividade importante é o quebra-cabeças, uma vez que ele permite avaliar a capacidade de definir estratégias de trabalhos e planejamento de tarefas que tornem sua execução mais eficiente.

Matemática: que explora a cognição nas áreas de Teoria de Conjuntos, Dimensões e Utilização do Espaço, Moeda e Aritmética. As atividades estão organizadas de modo a permitir a identificação da fase de desenvolvimento que a criança alcançou em cada um dos tópicos. É necessário lembrar que essas fases são definidas a partir das estratégias utilizadas pela criança para realizar tarefas características de cada área; que essas estratégias são múltiplas e que são implementadas por cada criança em tempo que lhe é particular. Cada fase é definida pela predominância de uso de estratégias e não por uma mudança qualitativa com eliminação das estratégias mais primitivas em detrimento das novas.

Linguagem: que explora o desenvolvimento da linguagem oral, visual e motora. Deve-se lembrar que na primeira infância é muito importante identificar a capacidade da criança em nomear cores, formas, animais, etc., uma vez que distúrbios específicos podem decorrer da distribuição da representação semântica no cérebro. Esses distúrbios localizados são muitas vezes tomados como prova de deficiência grave por envolverem habilidades consideradas muitos simples. Entretanto, são apenas manifestação de uma disfunção específica e local, que por si só não caracteriza um comprometimento intelectual severo. Em relação à aquisição da leitura e escrita, deve-se considerar as diversas etapas de aquisição: logográfica, alfabética e ortográfica. A compreensão e produção de textos deve ser investigada dentro da proposta de uma evolução contínua e hierarquizada discutida no capítulo X.

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